quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Confissões de um Pecador

Quero o que é funesto, o que é mórbido
Perco-me em pensamentos sórdidos
Tenho sede do sangue que nas veias corre
Do sangue que do corpo escorre
Encanta-me o que morre, o morto, a morte
A palidez fúnebre de um cadáver à própria sorte

Hoje me cobram um alto preço
Pago pelas minhas dívidas
Com não menos que minha própria vida
Mas sou produto do que me fizeram
Quando me rasgaram a carne, e me sangraram as vísceras
Roubaram minha alma, me assombraram a mente

Contudo, se riem hipócritas enquanto pereço
Aqueles que me criaram
Os mesmos que a mim condenaram
Tiram, tão vil e dolorosamente
Desse ingênuo povo inocente
Tantas vidas quanto esse pobre demente

2 comentários:

  1. hm... gosto muito de poemas vampirescos. E este seu está muito bom!
    Não sei se a tua ideia era mesmo fazer algo relacionado a vampiros, mas está muito! rs
    Lembrou-me tbm o Álvares de Azevedo, como o Ed comentou uma vez rs

    Andar por caminhos desconhecidos é sempre um risco, mas nesse vc conseguiu chegar ao fim e com vida. rs
    Enfim, parabéns, Durt! Muito bom mesmo :D

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  2. Olha Raíssa, a ideia não era ser vampiresco. Mas acho legal quando as pessoas fazem suas próprias interpretações do que escrevo. Cada um tem uma vivência, uma bagagem.
    Acho legal essas comparações literárias. Um amigo meu me disse que lembrava "Augusto dos Anjos". É legal quando parece remeter a um autor. Prefiro a originalidade. Mas não existe o novo sem o antigo. Ninguém cria do nada. Não adianta negar influências literárias. XD

    Muito obrigado, mesmo! Que bom que você gostou. Espero conseguir explorar novos caminhos e ser bem sucedido. E com isso agradar a vocês. ^^

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