segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Problemas Técnicos

Pessoal, peço desculpas pela não frequência nas postagens, mas a questão é que estou temporariamente sem poder acessar a internet de casa. Uso, às vezes, nas casas de amigos ou parentes para checar e-mails, etc. Tão logo eu consigo resolver os problemas com a conexão eu volto a postar.
Obrigado pela compreensão.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Selos

  


           Recebi este selo do Douglas, autor de um dos mais excelentes blogs que eu acompanho, o Sangue e Solídão. Fiquei honrado por ter recebido o selo, uma vez que veio de um dos bloggers dos quais eu mais admiro a escrita. E também da Isabela, autora do Alada e Colorida, que tem uma escrita excelente também. Agradeço!
        Aproveito e recomendo que leiam o Sangue e Solidão. Irão se deparar com uma escrita bela e profunda; os textos do Douglas são fantásticos! E também o Alada e Colorida. A escrita da Isabela tem um certo diferencial, seus textos em prosa tem um ar bastante poético. São belíssimos!

As regras do selo são:
1. Falar 10 coisas sobre mim;
2. Passar o selo para 10 blogs;
3. Avisar os blogs que ganharam o selo.

1. Eu sou fã de Machado de Assis (Ah, vá!);
2. Só consigo escrever quando estou triste, raramente me inspiro por outro motivo;
3. Sou estudante de Psicologia - essa ciência é minha vida;
4. Eu pratico artes marciais - sou viciado nisso; quando não treino eu me pego chutando o ar ou fazendo; movimentação de luta na frente do espelho; XD
5. Coleciono mangás;
6. Outro grande vício é cereal. (Sucrilhos, Snow Flakes, etc.)
7. Não bebo menos do que 2 L de Coca-Cola Zero por dia;
8. Não bebo bebidas alcoólicas e nem fumo;
9. Eu tenho muita dificuldade com essas brincadeiras de enumerar X coisas sobre mim;
10. Gosto do acaso e das coisas que desafiam as probabilidades.



10 blogs que indico para receber o selo:

1. Asas de Macaco, da Gabriela.
3. Motor Bombeante, da Raíssa.
5. Busilis, da Kênnia.
6. Psicologia Cognitiva, do meu ex-professor, Vinícius.
7. Quase Diário, da Gabriele.
8. Quem Se Importa, da Gi.
9.  Live in Doubts, da Paloma.
10. Reminiscência, da Paju.

São excelentes blogs, com trabalhos e temáticas diferentes. Recomendo todos eles. ^^

sábado, 18 de dezembro de 2010

Na Fórmula do Poetinha

Contemplar________________
Desejar___________________
Amar_____________________
Chorar____________________
Inspirar___________________
____________________Querer
____________________Ter
____________________Perder
____________________Sofrer
____________________Escrever

Beleza                         Tristeza
                  Samba 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Amor, Pseudo-Amor

Se teu penetrante olhar almejo?
Os teus olhos eu nem mesmo vejo
E esses teus lábios que me entorpecem?
Dos meus, nem mesmo o toque conhecem

Dos nossos corpos que se enlouquecem
Verdade é que eles se desconhecem
Só finjo te fazer um gracejo
Desejo-te sem sentir desejo

Mero fruto de ingenuidade
Sempre rende-nos boas risadas
Dos que acreditam sim ser verdade
Essa nossa paixão inventada


Mas eu jamais te iludo, não minto
É sincero esse amor que não sinto

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Versos Devolutos

Disse um grande poeta com razão
Que pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Ou senão não se faz um samba não

De insolente falta de inspiração
Eu digo, essa é a causa com certeza
Já que despido de qualquer tristeza
Segue, do versador, o coração

Desvestido de todo o sentimento
Em seu desapego, sem seu amor
Sem medo de chorar, sem sofrimento.

Mas ainda que cause tanta dor
Eu prefiro o poético tormento
Do que tão insensível desamor

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Coração de Aticuruman

Quando fui lhe escrever esse poema, ele veio em partes. Fiz a primeira estrofe e lhe faltava a segunda. Fiz a segunda e faltava uma terceira. Fiz a terceira e pensei que lhe faltassem versos, mas enganei-me. Faltava-lhe um título; mas não um título qualquer. Um título que lhe descrevesse cada emoção, cada sentimento; que lhe descrevesse cada verso. Faltava-lhe então não apenas um título, faltava-lhe um coração. CORAÇÃO DE ATICURUMAN.


Deixaste verdes mares bravios
Partiste para as terras d'além mar
Onde, na solidão de solo luso
Vem saudades te encontrar

Carente de nativa terra tua
Frente à fria tela iluminada
Te privas da noite à luz da lua
Onde anseias pela pátria amada

Ainda que dissimules tal infelicidade
A tristeza o teu olhar exalta
A ti mesma tentas convencer, mas não esconde
Em teu coração sobra tanta falta

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

José Feliz Humano

José, feliz, humano
José, humano feliz
Feliz, José, por ser humano
Humano, José, por ser feliz

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Brincando de Machado Pt. III

            O bilhete dizia dezesseis horas, mas o sino não batera ainda as quinze e já estava eu pronto, angustiado, andando de um lado para o outro. Ainda me lembro, como se fosse hoje, daquela ânsia em vê-la, da minha inquietude – maldita seja! Mas não nos adiantemos; seria passar o carro na frente dos bois. Eu afrouxava e apertava novamente a gravata – devo tê-lo feito umas vinte vezes naquele intervalo –, olhava no espelho, penteava os bigodes, ajeitava o paletó; não adiantava muito, porém. Mesmo que eu repetidas vezes fizesse todo esse ritual, o relógio não parecia ser um bom amigo naquele momento; pouco mais do que vinte minutos haviam se passado.
            Se me visses ali, jamais me imaginarias um homem feito, graduado em renomada universidade de ciências contábeis. Verias, provavelmente, um garoto, que no auge da sua juventude, se apaixonara, vivendo seu primeiro amor. Ela não foi, claro, o primeiro amor que tive; fica sabendo, todavia, que eu me portava como tal.
            Talvez fosse melhor ir andando, pensei. Assim eu mataria o tempo e poderia, quem sabe, encontrar alguém no caminho e conversar um pouco; isso me distrairia dos ponteiros.
            O fiz. Saí de casa e fui, lentamente, caminhando até o cais e imaginando o tão esperado momento. Encontrei alguns conhecidos, trocamos algumas palavras, que provavelmente não te interessas em sabê-las, e nem eu em lembrá-las, se é que eu conseguiria fazê-lo, uma vez que em poucos segundos de prosa eu já me dispersava. Notei em alguns olhares desconfortáveis com minha falta de atenção, contudo, falar com eles não me era de grande importância.
            Faltava-me ainda um pouco de tempo até o encontro quando cheguei ao cais. Ainda que afoito, esperei. O que mais me restava fazer? Depois de algum tempo a vi. Caminhava lentamente, como se procurasse por mim. Observei-a por uns instantes antes de me aproximar. Fui até ela. Não me tinha visto ainda. Toquei com leveza seu ombro para que se virasse.
            – Receei que não viesses. – Disse-me quando virou para ver quem lhe tocara e me avistou. Então sorriu.
            – Hesitei por algumas vezes em fazê-lo. Temi que o bilhete não fosse teu, ou não fosse para mim.
            – Para quem mais haveria de ser? – Disse-me, ainda com sorriso nos lábios. – Isso não importa. Mas sim que vieste.
            Doces palavras. Ao ouvi-las, me fiz mais próximo de Anita e tomei suas mãos.
            – Não sabes como ansiei por esse encontro. Desde o dia que foste em casa levar o recado de teu pai que desejo encontrá-la.
            Sentiu-se bem em ouvir minhas palavras, demonstrou satisfação deveras. Confessou-me depois que há muito já me olhava com outros olhos. Quis dizer o mesmo a ela. Não pude, contudo. Sempre a vira como uma criança impertinente, que atrapalhava os assuntos quando eu, tentando tornar-me homem antes da hora, fingia entender os negócios de nossos pais. Mas agora os tempos eram outros, sua beleza e suas curvas me encantavam; se antes eu a tiver nas mãos, agora era ela quem me em suas próprias.
             Trocamos algumas palavras e carícias, nos declaramos, e por fim, num deleite, o tão sonhado beijo. Aproximou-se lentamente de mim e tocou, suavemente, os seus lábios nos meus. Senti-me atônito, nada mais pude fazer do que apreciar tão prazerosa sensação.
            – Tenho que ir agora. – Disse-me.
            Tentei impedi-la de fazê-lo, mas não pude. Havia dito ao pai que iria à feira e não se demoraria. Não podia ficar mais. Compreendi. Puxei-a para junto de mim novamente a fim de nos despedirmos. Tocou-me rosto com as mãos e falou-me:
            – Antes que eu me esqueça: não deves contar a ninguém sobre nosso encontro.
            – Por quê? - Indaguei.
            – Papai estava a arranjar-me um casamento por interesses políticos. Pode vexar-se. Dê-me tempo para convencê-lo de que não o farei. Logo estaremos juntos.
            Cheguei a mover os lábios a fim de contestá-la, dizer que tantos me consideravam um bom partido, seu pai não seria diferente, haveria era de contentar-se com a notícia. Antes, porém, que minha boca pudesse emitir qualquer palavra, calou-me com um beijo. Calar-me-ia e convencer-me-ia quantas vezes quisesse com aqueles lábios. Concordei. Ela partiu.  

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Selos.

Estou fazendo hoje o que eu deveria ter feito já há um certo tempo. Contudo, devido à necessidade de me dedicar aos estudos eu não tive como fazê-lo. A Gabriela, autora do blog ASAS DE MACACO (http://asasdemacaco.blogspot.com/), me indicou em seu post pelo Selo Blog Amigável.
Pela regra do "jogo", devo indicar mais dez blogs que eu acho que sejam dignos de selo e postar a foto do selo aqui ao lado se você for indicado.
Os blogs que indicarei a seguir são alguns dos que eu acompanho e acho as temáticas bastante interessantes.








Mais uma vez, obrigado, Gabriela! Sinto-me honrado por ter recebido o selo de você Sabes que aprecio sua escrita, sempre deixei claro. ^^

domingo, 5 de dezembro de 2010

Transtorno de Conduta pt. I

            Eu deveria me sentir culpado, ter remorso, ou qualquer tipo de arrependimento. Entretanto, não foi isso que aconteceu, muito pelo contrário, me sentia extasiado, até esboçava um sorriso nos lábios ao sentir aquele sangue quente escorrendo por entre meus dedos, ao ver aquele corpo desfalecer diante dos meus olhos, ainda suplicante. Sentia-me bem enquanto o via agonizar fazendo suas últimas preces – numa voz trêmula e aflita. Foi em vão. Antes que pudesse terminar de implorar por sua vida eu cravei a faca em seu peito; um golpe fatal.
            Com lágrimas no rosto e aquele olhar de desespero o corpo caiu diante dos meus pés. Lembro-me, como se fosse ontem. Uma cena que nem mesmo o tempo seria capaz de apagar.
            Jamais havia participado de um assalto. Nunca me deixavam ir junto. Diziam que eu ainda era novo demais para isso. Eu me detinha apenas a fazer alguns furtos; tinha que contribuir de alguma forma. Mas eles nunca me permitiam fazer nada que pudesse colocar minha vida em risco. Uma ironia, não? Logo na primeira vez eu fiz algo que eles jamais tiveram coragem de fazer, eu pude sentir o prazer de tirar uma vida com minhas próprias mãos.
            – Por que fez isso? Você é burro! – Gritou Fernando. – Ele nem reagiu. Por que você o matou?
            Apenas olhei para ele, não respondi. A sua boca se movimentava na minha frente, mas eu sequer ouvia seus gritos. Tudo parecia indiferente naquele momento. Não importava o que dissessem, ou gritassem. Nada do que fizessem ou pensassem poderia acabar com a magia daquele momento. Voltei meu olhar novamente para o cadáver e continuei contemplando aqueles olhos de desespero, agora vazios e inexpressivos; mortos.
            Ninguém ali seria capaz de compreender a magnitude daquele momento. Não o culpava, ele jamais deveria ter sentido algo assim. Ser acometido por aquela euforia, um sentimento de completa liberdade. Eu era capaz de ouvir o meu próprio coração, senti-lo pulsando. Meu corpo completamente arrepiado, um estado de êxtase, como se minha existência perpassasse meu próprio corpo, estivesse além; como se eu fosse detentor do poder de decidir entre a vida e a morte. Sentia-me mais próximo de Deus.
            As mãos de Fernando me agarraram pela gola da camiseta, depois me deu um tapa no rosto. Seus olhos estavam carregados de raiva e medo. Ele estava confuso, não sabia o que fazer diante daquela situação. Não sabia o que fazer comigo. Enquanto isso Anderson e Lucas – os outros dois companheiros – apenas observavam ao longe, sem dizer nada.
            – Você tem noção do que você fez? – Gritava Fernando, me segurando pela camiseta – Tem? Agora não é apenas mais um roubo igual essas pessoas já estavam acostumadas, isso foi um assassinato! Você sabe o que isso significa? Por sua culpa, agora a gente ta ferrado! A gente ta ferrado, você ta entendendo? E a culpa é sua!
            Ele estava furioso, mas mais do que isso, ele estava acometido de desespero. Parecia que tudo tinha fugido ao seu controle. Continuava gritando comigo, sem parar. Não tinha nem mesmo se dado conta que deveríamos sair dali antes que alguém pudesse entrar e ver aquela cena. Só se preocupava em vomitar em cima de mim a sua fúria, os seus medos.
            Eu continuei quieto, não disse uma única palavra. Mas acredito que meu olhar teria sido capaz de demonstrar o que eu realmente sentia se ele tivesse tido tempo ou intenção de compreendê-lo. Olhava-o com desprezo. Fernando estava tomando de mim aquele instante, privando-me dos meus sentimentos. Talvez tenha inveja de mim, pensei. Ele jamais fora corajoso o bastante para fazer aquilo. Eu era mais forte, e isso ele não poderia suportar. Senti raiva!
            – Chega, Fernando. Precisamos ir. – Disse Lucas, interrompendo-o. – É melhor a gente dar o fora daqui. Depois você termina com isso.
            Fernando recuperou a razão, voltou a si e me empurrou – foi um golpe forte, me derrubou no chão.
            – Vamos – Disse ele olhando para os dois que estavam parados; voltou o rosto para mim. – Depois a gente acerta isso.
            Eles saíram correndo. Levantei-me rapidamente e fui atrás deles. Eram as únicas pessoas que eu tinha afinal. Todavia, isso não era o suficiente para abrandar o ódio que eu passara a nutrir por Fernando depois de toda aquela humilhação. Não por ele ter me esbofeteado e me tratado como um inútil, isso não importava, sim por ele ter estragado aquele momento sublime, o momento que mudaria a minha vida.