domingo, 25 de dezembro de 2011

Não Ser

Mirado no exacerbo das rimas
Dos grandes poetas,
Vi meu lírico eu
Surdo,
Cego,
Silente...
Entregue à sorte.
Fadado à morte.
Incapaz de perceber,
Encantar, ou mesmo contentar-se
Com a beleza dos brancos versos.

Queria-as...
– As rimas –
Ah, como queria-as!
Emparelhadas, interpoladas, alternadas...
Raras, ricas,
Pobres que fosse...
Não importaria.
Desde que, no fim,
Saciassem seus ouvidos
Com sua melodiosa homofonia.

Entretanto, como foge
Ao seu caçador
A mais astuta das presas,
Fugiam-lhe.
E a pena repousava esquecida,
No silêncio do poeta.
Mas seria poeta de fato
Se nem sequer rimar sabia?

Talvez, na sua imensa presunção,
Apenas preferia se chamar assim.

8 comentários:

  1. Que delicia de poesia!!! Me diverti com a brincadeira das palavras e me emocionei com a ousadia.
    Beijos e boas festas!!
    Nana Andrade

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  2. Que bom que gostou. Havia um bom tempo que eu não escrevia. Temi que não seria um texto muito bom. ^^
    Muito obrigado!
    Ótimas festas para você.

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  3. Que fofo... pra ser poeta ñ precisa rimar.
    Gostei viu? Abraços.

    http://caotizando.blogspot.com/

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  4. As rimas. Pra mim,são difíceis de se conseguir. Prefiro os versos livres porque são soltos,sem amarras...

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  5. Adorei! Pq parou de postar? ....uma pena.

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  6. Volte a postar, seus posts me fazem falta, como poucos fazem.
    Maravilhosa obra de arte, parabéns!

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  7. Galera, fico lisonjeado com os elogios e em saber que sentem falta das postagens. Acontece que ando tão imerso no universo acadêmico e preocupado com trabalhos e provas que a inspiração me falta para postar. Tentarei me voltar um pouco para a literatura de novo para poder escrever alguma coisa. Obrigado mesmo!

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