Poemas

Coração Meu
(Eduardo Cunha Vilela)

Um coração frágil...
Sussurrando para ti os segredos da alma
Amor Incondicional
Às vezes imprudente
Um Coração carente
Lhe entrega a vida
Se coloca em suas mãos
Mas onde quer chegar?
Um coração inseguro
Põe-se a teu lado
Dias e noites
Ardendo em chama
Um coração que ama...
Submete-se humilde
Sentimento sublime
Amor meu
Um coração teu!

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Nossos Festivais *** 
(Eduardo Cunha Vilela)

Nas dores da esperança
Resta somente a lembrança
Um canto, a súplica
Um grito... de música
Cultura
Pura
Bela tristeza
Triste beleza
De amados amores
A medos, temores
Doce troféu
Outra estrela ao céu
Imploro vez mais
Nossos festivais 

Por apelo
Ou com zelo
Ano após ano 
Ao som do piano
Não somente
"O Homem Que Eu Amo"

*** O poema acima faz referências ao Festival da Canção de Boa Esperança - hoje chamado Festival Nacional da Canção (FENAC). Tendo como destaque principal a música "O Homem Que Eu Amo", composta pelo compositor e poeta Afonso José Figueiredo Felicori, de Boa Esperança - MG, que conquistou o troféu Lamartine Babo - maior prêmio do festival - em 1980. 

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Dualidade 
(Eduardo Cunha Vilela)

Amor, sentimento vil e cruel
Me dilacera, desespera...
Me joga de joelhos
humilha, retalha, sufoca
Ora odeio tal sentimento tão abstrato
Ora me entrego sem resistir a teus encantos
Quisera eu jamais amar
Mas esse fogo arde em meu peito
Me corrói por inteiro
Vontade de dormir e não mais acordar
Não mais sentir tão avassaladora dor
Mas rendo-me a tuas torturas
Na esperança de um dia...
Voltar a amar

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Terrores Noturnos
(Eduardo Cunha Vilela)


A lua toca os céus no seu mais alto ponto
A noite invade o quarto
Abrem-se as fendas do mais profundo abismo
Aquele trancado em meu peito
Preenchido pelo vazio
Emergem dele, envoltos em trevas, os demônios
Habitantes dos mais obscuros trechos da minha mente
Sedentos por lágrimas
Famintos pela dor
Indolentes devoram minh'alma
Torturando-me com lembranças do que jamais vivi
Martirizando-me com arrependimentos do que jamais fiz
Deixam pra trás um único sentimento
Solidão
Que prolonga-se, incessantemente, até o amanhecer
Quando o sol faz esboçar um falso sorriso
Que dissimula e ofusca o desespero
Trazido pelo silêncio da noite



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Anseios
(Eduardo Cunha Vilela)

Por que sentir?
Seria tão mais fácil não fazê-lo...
Invejo as pedras
Por eras imóveis, mutáveis
Sem derramar uma só lágrima
Sem nunca experimentar
Por uma única vez, a tristeza
Invejo a Lua
Que na escuridão da noite
Nina e encanta
Tão devassa Terra
Sem nenhuma ambição
Quisera eu ser tão indiferente
Mas egoísta que sou
Por trás de cada gesto
Um desejo
Teu beijo
Guardado apenas na lembrança
Uma só pergunta me resta:
Por que roubar-me ilusões
Se me ofereceria somente solidão?

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Despeço-me
(Eduardo Cunha Vilela)

Entrego ao tempo, ainda que relutante
O anseio de amar-te
Sentimentos restam
Mas morre em mim a vontade
O desejo de tê-la ao meu lado
Agora parto
Vê-me partir
Comigo esvai-se, pra sempre
Como sonhos que desmoronam
E ilusões que se findam
A esperança do teu beijo

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Feitiço dos Olhos 
(Eduardo Cunha Vilela)


Uma busca incessante
O fascínio dos teus olhos
É inútil pois
Sequer sei por onde começar...
Em estar só hei de me contentar
Mas quando, cheia, a Lua reina nos céus
E a negra noite silencia o dia
Em sonhos vens
Trazes consigo...
Uma palavra
Um gesto
Um toque
Um olhar
Encanta-me, hipinotiza-me
Como ninfa em sua divina beleza
Rendo-me e me declaro
Um beijo
Teu beijo!
Num sonho...
Do qual jamais desejei despertar

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Desencanto
(Eduardo Cunha Vilela)

Sonhei...
Com teu rosto
Que eu jamais havia visto
Com teu toque
Que eu jamais havia sentido
Com teu Beijo
Sonhei...
Perdido em teus encantos
Hipnotizado por tuas palavras
Envolto em tua ternura
Fascinado por teu olhar
Por você me apaixonei... Mas,
Tua distância
Tuas palavras frias
Teu silêncio
Tua indiferença
Fizeram-me descrente
...
Deixei de sonhar
Deixei de acreditar
Numa fria realidade
Meu despertar
Chorei...
Chorei por pensar
Que tudo poderia terminar
Como um sonho,
Que se finda ao despertar



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( ) 
(Eduardo Cunha Vilela)


Vá, mata-me
Fere-me com tua presença
Tortura-me com tua indiferença
Arranca de mim até a última gota de sensatez
Até a última lágrima
Quando, nem para sustentar meu pranto
Forças eu tiver
Ri, orgulha-te
Dessa tua obra vil


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Insensibildiade
(Eduardo Cunha Vilela)


Ainda que me sangrem as feridas
Insisto em derradeiro vício
Transbordam dos olhos o pranto
Acorrentado ao teu desencanto
Nas noites de um único sonho
Pesadelos de um só alguém
Contemplo-te com suplicantes olhos
Retribui-me com teu desdém
Me calo em meu desalento
A desesperança, o meu descontentamento

Maior que a dor de ver-te partir
Este coração que deixaste em pedaços
Do qual junto os estilhaços
Duvidas que ele outrora foi capaz de sentir



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Soneto da Desesperança
(Eduardo Cunha Vilela)


Silencio na solidão do pranto
Onde, em vão, busco teu acalanto
Me feres com tuas palavras frias
Dos meus sentimentos desconfias

Por mais que ainda eu te queira tanto
E procure-te todos esses dias
Acometida do desencanto
Todo o meu amor tu repudias

Em confronto a minha sensatez
Teus olhos como se fossem meus
Fito por uma última vez

Os desvias em desconfiança
Então parto sem o teu adeus
Meu coração em desesperança


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Soneto do (Des)Paraíso
(Eduardo Cunha Vilela)

Pois ele sempre fora um homem santo
E vivera em prol do seu Deus louvado
Era, em nome Dele, objetivado
Conquistando, no céu, seu adianto

Porém, sua fé não resolvera tanto
O beato logo morreu. Pro espanto,
Seu corpo, lá no caixão esticado
E, como um anjo, ele fora velado

Consequetemente, não tardou muito
Para que todos daquela cidade
Beatificassem o tal presunto

Mas, em vão, todos os prazeres privados
Para, do morto, a infelicidade
Não existia nenhum outro lado



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(Des)Ilusão
(Eduardo Cunha Vilela)


Amo-te cada dia mais
Quero-te sem conhecer teu rosto
Desejo-te com tamanho gosto
Dos meus pensamentos não sais

Mas onde está tua presença
Senão na tua indiferença?

Que importância faz?
Meu mais puro sentimento
Minhas palavras, meu acalento
Já não te encantam mais

Onde estou eu, no entanto
Senão amargurado em meu próprio pranto?

Eu, que te amo só
Abandonado ao relento
O que sinto jogado ao vento
Como se fosse pó

De que adianta amar-te, oferecer-te o meu carinho
Se insistes em aqui deixar-me a amar sozinho?


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Confissões de Um Pecador
(Eduardo Cunha Vilela)

Quero o que é funesto, o que é mórbido
Perco-me em pensamentos sórdidos
Tenho sede do sangue que nas veias corre
Do sangue que do corpo escorre
Encanta-me o que morre, o morto, a morte
A palidez fúnebre de um cadáver à própria sorte

Hoje me cobram um alto preço
Pago pelas minhas dívidas
Com não menos que minha própria vida
Mas sou produto do que me fizeram
Quando me rasgaram a carne, e me sangraram as vísceras
Roubaram minha alma, me assombraram a mente

Contudo, se riem hipócritas enquanto pereço
Aqueles que me criaram
Os mesmos que a mim condenaram
Tiram, tão vil e dolorosamente
Desse ingênuo povo inocente
Tantas vidas quanto esse pobre demente


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Solidão
(Eduardo CunhaVilela)

Vede essas lágrimas
Que se derramam dos olhos
Olha esse sangue
Que transborda o peito
Tamanha é a tristeza
Que cala, até mesmo, minhas palavras
Essas, vãs, dispersas e frias
Se fazem incapazes de expressar
Tão intensa melancolia


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José Feliz Humano
(Eduardo Cunha Vilela)

José, feliz, humano
José, humano feliz
Feliz, José, por ser humano
Humano, José, por ser feliz


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Coração de Aticuruman
(Eduardo Cunha Vilela)

Quando fui lhe escrever esse poema, ele veio em partes. Fiz a primeira estrofe e lhe faltava a segunda. Fiz a segunda e faltava uma terceira. Fiz a terceira e pensei que lhe faltassem versos, mas enganei-me. Faltava-lhe um título; mas não um título qualquer. Um título que lhe descrevesse cada emoção, cada sentimento; que lhe descrevesse cada verso. Faltava-lhe então não apenas um título, faltava-lhe um coração. CORAÇÃO DE ATICURUMAN.

Deixaste verdes mares bravios
Partiste para as terras d'além mar
Onde, na solidão de solo luso
Vem saudades te encontrar

Carente de nativa terra tua
Frente à fria tela iluminada
Te privas da noite à luz da lua
Onde anseias pela pátria amada

Ainda que dissimules tal infelicidade
A tristeza o teu olhar exalta
A ti mesma tentas convencer, mas não esconde
Em teu coração sobra tanta falta



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Versos Devolutos
(Eduardo Cunha Vilela)


Disse um grande poeta com razão
Que pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Ou senão não se faz um samba não

De insolente falta de inspiração
Eu digo, essa é a causa com certeza
Já que despido de qualquer tristeza
Segue, do versador, o coração

Desvestido de todo o sentimento
Em seu desapego, sem seu amor
Sem medo de chorar, sem sofrimento.

Mas ainda que cause tanta dor
Eu prefiro o poético tormento
Do que tão insensível desamor

4 comentários:

  1. show , nossos festivais ..amei
    coração meu ...muito bom tbm
    aí menino me surpeendeu....
    abraços
    LUCYY

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  2. Coloquei todos os poemas que estavam na página inicial aqui. Para facilitar a visualização daqueles que quiserem ler só os poemas. ^^

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  3. Eduardo...parabéns
    muito expressivo com sentimento profundo
    de facil leitura....Desencanto ta muito bom
    Domini da cominidade amantes da lua

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  4. Edu, parabéns!
    Adorei todos!!!
    =)

    Beeijo

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